Ambientalismo e desenvolvimentismo
Brasil sempre futuro
Este país varonil sempre foi, em sua história, um
depósito de rejeitos. Depósito de rejeitados e de rejeitadas.
Depósito ecológico. Depósito de imoralidades. Foi e é um depósito de
mitos: país de pulmão do mundo, devido à imensa variedade de matas e
afins; pátria da humanidade; do futuro, eldorado do mundo.
O desmatamento corre solto. Os recursos naturais quase se esgotando
e nada dos homens que comandam esta nação. De um lado ambientalistas
que tapam os olhos para o desenvolvimento. De outro,
desenvolvimentistas que não tomam consciência da finitude de nossas
reservas. É, creio, a Terra vai sobreviver. Porém os homens....
Na mídia...
Meio ambiente é coisa séria. As matérias relacionadas ao meio
ambiente viraram uma espécie de jornalismo-tragédia, ou seja, basta
acontecer alguma desgraça ambiental para que vire notícia. E
desgraça pouca é bobagem. Ela tem que ser espetaculosa. Espetacular.
Ou modismo: setembro, primavera, semana do meio ambiente etc.
Cadê as reportagens sérias, descomprometidas com este ou aquele
poder? De vez em quando a mídia solta um olhar angelical sobre o
assunto: mostra uma espécie em extinção. Despeja-se piedade e
emoção. Reforça-se a imagem do ecochato...
...é importante
Mas os espaços que se abrem na mídia são importantes, pois as
conseqüências de um mundo insustentável já vêm afetando a população
mundial. Ela, a mídia, tomada pelo seu papel de educadora e
conscientizadora, livre de extremismos, pode contribuir para
reverter o quadro de degradação.
De grão em grão faz-se educação ambiental.
Poluição
A gravidade dos problemas de poluição contribui para a evolução das
consciências. Claro que devagarzinho, bem devagarzinho. As questões
ditas ecológicas não pode ser encaradas como marginais, estranhas às
questões sociais, como preocupações elitistas. O combate contra as
poluições, todos os tipos de poluições, questiona de conjunto o
modelo produtivo, tem implicações profundas para a política de
ocupação do território e traz várias questões sobre a relação entre
pesquisa científica e os poderes estabelecidos. Por isso incomoda!
Reflexão
“No imaginário dos pais fundadores da sociedade moderna, o
desenvolvimento se movia dentro de dois infinitos: o infinito dos
recursos naturais e o infinito do desenvolvimento rumo ao futuro.
Esta pressuposição se revelou ilusória. Os
recursos não são infinitos. A maioria está se acabando
principalmente a água potável e os combustíveis fósseis. E o tipo de
desenvolvimento linear e crescente para o futuro não é
universalizável. Não é, portanto, infinito.” Leonardo Boff, teólogo.
- Gilberto da Silva
Artigo da Revista Virtual P@rtes
http://www.partes.com.br/econotas/ambientalismo.asp
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